Vamos refletir um pouco sobre os processos de construção do conhecimento científico. Ao procurar entender o que é processo, podemos visualizar uma estrada. O ato de caminhar, procurando um objetivo pode dar uma ideia do que seja este “processo”.
Agregação de conhecimentos de descobertas à determinada ciência pode ser comparada a uma viajem. Por exemplo à viagem executada por Cristóvão Colombo ao Ocidente.
Inicialmente, sob a ideia de que a Terra seria redonda, Colombo imaginou que poderia atingir as Índias por caminhos não convencionais, ou seja pensou que poderia contornar o mundo pelo Ocidente. Isso era uma boa hipótese. Tinha todas as características da lógica, mas o genovês não sabia da existência de um continente, que hoje chamamos de América, interposto em seu caminho.
De fato, Colombo não obteve o resultado esperado. Não atingiu as Índias pelo caminho escolhido, mas obteve um não menos importante resultado. Bem verdade que um resultado imprevisto, mas muito significativo para a evolução da Humanidade.
Esse é um exemplo que ilustra algumas características da pesquisa científica.
Inicialmente formula-se uma hipótese, imagina-se uma lei. Vamos supor uma lei natural, no caso das ciências da Natureza. Depois busca-se confirmar a hipótese, por meio de observação dos fatos, de experiências, de coleta de dados, de análises estatísticas, da construção de teorias e de novas observações e experiências para convalidar as teorias.
Pode-se dizer que a formulação da hipótese, em muitos casos é parte importante na orientação da pesquisa.
O que, porém, motiva a criação da hipótese, o que influencia essa formulação? Um sentimento intuitivo de leis e fatos ainda desconhecidos? Uma consequência lógica de fatos observados? Uma extensão lógica de teorias bem sucedidas no próprio ramo científico explorado ou em ramos correlatos?
Adicionalmente, a intuição desempenha um papel importante na criação e na escolha de uma dentre várias hipóteses alternativas.
Haveria hipóteses melhores do que outras, no caso de hipóteses alternativas? Poderia o pré-conceito do cientista prejudicar a escolha de uma boa hipótese?
São conhecidos casos interessantes de hipóteses bem sucedidas. Dimitri Ivanovich Mendelev, por exemplo, percebeu que as propriedades dos elementos apresentavam uma periodicidade, com o número atômico. Observou que hipotéticos elementos com números atômicos faltantes entre os elementos conhecidos, deveriam ter tal cor, tal densidade, tais propriedades. No site da Usp existe um artigo com a tabela abaixo que ilustra o sucesso surpreendente da hipótese mendeleviana:
Créditos da tabela: Dra.Renata M.S.Celeghini - http://cdcc.sc.usp.br/quimica/galeria/mendeleev.html
Outro exemplo de hipótese bem sucedida é a que levou Giordano Bruno ao afirmar que existem outros sistemas solares, há mais de trezentos anos antes de os telescópios modernos haverem identificado exoplanetas.
Parece que a filosofia, a visão de mundo que os cientistas possuem pode influenciar na formulação e na adoção de hipóteses melhores ou piores e assim levar ao maior ou menor sucesso em seus empreendimentos. Talvez até possa poupar muito trabalho.
Hipóteses incompletas, lacunosas, podem determinar muito trabalho na busca da verdade ou na obtenção de invenções. Sabe-se qual o tamanho do trabalho que teve o inventor da lâmpada elétrica, por não haver percebido a necessidade de produzir vácuo no interior do bulbo de vidro para evitar a queima do filamento elétrico incandescente.
Outro exemplo impedidivo de sucesso tecnológico foi a tentativa de produzir energia elétrica e enviá-la a grandes distâncias com o uso de gerador de corrente contínua. Esse objetivo foi atingido com a adoção de geradores de corrente alternada.
Hipóteses incompletas, lacunosas, podem determinar muito trabalho na busca da verdade ou na obtenção de invenções. Sabe-se qual o tamanho do trabalho que teve o inventor da lâmpada elétrica, por não haver percebido a necessidade de produzir vácuo no interior do bulbo de vidro para evitar a queima do filamento elétrico incandescente.
Outro exemplo impedidivo de sucesso tecnológico foi a tentativa de produzir energia elétrica e enviá-la a grandes distâncias com o uso de gerador de corrente contínua. Esse objetivo foi atingido com a adoção de geradores de corrente alternada.
Diante de exemplos como esses poderíamos perguntar: o que há nas hipóteses confirmadas pelas pesquisas, que as outras hipóteses mais ou menos mal-sucedidas, ou cujo sucesso se mostra muito trabalhoso, não possuem?
Poderia a filosofia espírita ajudar na formulação de hipóteses em certas ciências? Poderia colaborar com a Astrobiologia? Essa pergunta sugere o enriquecimento de fatores que dão origem a formulação dessas hipóteses e não a substituição de nenhum pressuposto pela filosofia espírita.
Sugerimos apenas outras alternativas para construção de hipóteses.
Peço aos amigos que estudam o Espiritismo para se pronunciarem sobre essa possibilidade.
Vamos tentar formular hipóteses com o auxílio do Espiritismo no campo da Astrobiologia.