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sábado, 17 de janeiro de 2015

Características da Vida - O instinto

Desculpem a força da crítica, mas as pessoas que ainda não entenderam o espiritualismo espírita não dispõe de condições de entender melhor esse fenômeno notabilíssimo que chamamos de instinto.

Alguns pretendem identificar no homem uma frustração do narcisismo enquanto bebê como gênese do instinto (explicação simplista e claramente insuficiente) - esse gigante da personalidade que defende a vida, a espécie, quando desencadeado funciona com uma precisão inigualável, certeira, eficiente. Quando o ser se vê conduzindo por um impulso instintivo observa-se atuar de modo surpreendentemente destemido, apesar de muitas vezes ter o instinto sido detonado por algo semelhante ao medo, e por que não dizer, fornecendo solução grandemente inteligente, mesmo que privado de reflexão.

Vamos ver mais adiante, que estudiosos da alma, principalmente Ubaldi e Gabriel Delanne nos colocam na rota da gênese do instinto e graças a eles, podemos dizer que instinto é inteligência automatizada.

Foram milhões de anos de ensaio e erro para o ser psíquico aprender e sintetizar esse aprendizado na consciência profunda. As experiências, vividas por essas estreitas inteligência e consciência, são pioneiras do instinto; o seu portador, o ser psíquico, sobrevive; aperfeiçoa-se lentamente, revive, transmite o aprendizado aos genes, provocando insensível, mas efetiva evolução dos instintos e das funções.

Citemos um, dentre muitos, exemplo de notáveis manifestações instintivas. Tomamos do Professor Hernani Guimarães Andrade (Psi Quântico - Editora Didier). Vamos extrair alguns trechos do relato:

"As vespas, que em grande parte são solitárias, na fase adulta vivem de frutos ou do néctar das flores. Entretanto são insetos caçadores, pois os cuidados com a prole obrigam-nas a fazer um aprovisionamento de alimentos protéicos destinados aos filhos."

(...)

A vespa denominada Escólia (Scolia bifasciata), após preparar seu ninho cavando um buraco no chão, cobre-o com areia e sai à procura de uma aranha que possa encontrar-se nas adjacências. Antes de partir, faz um vôo de reconhecimento dos acidentes próximos ao ninho recém-construído, a fim de memorizar a região e reconhecê-la mais tarde.

Assim que a Escólia encontra uma aranha - uma tarântuta, por exemplo - aproxima-se da futura presa e, naturalmente, é percebida por esta. A aranha pressente o perigo e coloca-se em atitude de defesa. A vespa enfrenta a adversária bem maior do que ela e habilmente crava-lhe uma certeira ferroada na zona onde se encontram os gânglios nervosos da aranha. Sob a ação do veneno, a vítima perde, pouco a pouco, o controle motor. Às vezes a Escólia reforça a dose, dando mais outras ferroadas na mesma região do corpo da aranha, deixando-A inteiramente imobilizada. Depois agarra sua caça e leva-a até onde se acha o seu ninho, largando-a próximo ao buraco coberto de areia. Reabre o orifício de maneira a poder passar por ele com a aranha e acomodá-la no fundo do ninho. Deposita, depois, sobre o abdômen da aranha, um ovo. Sai para fora, tapa a entrada do buraco e vai embora, deixando lá a sua futura descendente. após alguns dias, do ovo nasce uma peque larva, que encontra alimento fresco, pois a aranha imobilizada provavelmente ainda estará viva."

(...)

"Charles Darwin (A Origem das Espécies) reconhece a dificuldade de explicar os instintos, adotando exclusivamente a tese das mutações ao acaso seguidas da seleção natural: "São tão extraordinários muitos dos instintos, que o seu desenvolvimento parecerá, sem dúvida, ao leitor, um obstáculo suficiente para solapar toda a minha teoria." (Opus cit. p. 229)

Prossegue Andrade: "Quando se examinam cuidadosamente os instintos dos animais sente-se realmente, uma grande dificuldade para explicá-los conforme a tese mecanicista. No exemplo dado atrás (...) vê-se que as mutações sofridas pelos ancestrais desses Himenópteros, pertencentes à classe Insecta, levou-os a desenvolver um aparelho complexo formado por um ferrão e glândulas secretoras de veneno apropriado para atuar nos gânglios nervosos das aranhas, pertencentes à classe  Arachnida, que por sua vez coloca-se em um grupo diferente (Subfilo Chelicerata). O referido veneno destina-se a imobilizar a aranha, conservando-a viva, de modo a poder servir de alimento fresco às larvas da vespa. É muita coincidência... Bem, talvez isso pudesse acontecer em um caso único como o da aranha e da vespa. Porém, a variedade de vespas caçadoras não é pequena, assim como a diversidade das respectivas presas. Além disso, as vespas devem saber instintivamente como utilizar convenientemente o seu ferrão, inoculando em lugar certo o veneno imobilizador. A região onde devem dar-se as ferroadas varia com as presas, e, por conseguinte, com as respectivas famílias de vespas."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Elementos da vida - características da vida

Nossa busca de entender a vida e seus elementos passa por uma reflexão a respeito de suas características, das peculiaridades distintivas relativamente ao reino mineral.

A evolução, por exemplo é uma lei presente em todo o Universo. Aperfeiçoamento, construção, formação de sistemas complexos, criação e melhoria de funcionalidades, busca contínua de eficiência. Mesmo em meio a crises e destruições, a evolução prevalece, se sobrepõe a forças contrárias e em patamares mais elevados, mais elaborados a evolução se afirma e consolida.

Embora o mundo inorgânico evolua, a evolução da vida possui facetas surpreendentes, exuberantes.
O professor Pietro Ubaldi, por exemplo observa:

“Ao lado da formação de órgãos internos cada vez mais complexos, houve uma florescência exterior de todos os meios de ataque e defesa, que a luta contínua impunha. A planta estende
suas gavinhas como órgão preênsil para agarrar: produz no espinho a primeira garra para ofender; inventa a astúcia de economizar movimento, lançando sementes aladas ao vento, ou pregando-a nos animais que passam; a arte de envolver as sementes de saboroso fruto, não para alegria do homem, mas porque este, ao comê-lo, leva involuntariamente para longe as sementes; a arte
dos perfumes e a estética das cores e das formas, porque também a beleza atrai e é grande necessidade no baixo mundo biológico: a beleza, ao lado da luta, é necessidade universal e protege, como um dom sagrado e divino que dá alegria, diante do qual o agressor pára, quase reverente, detido pelo medo de perturbar a harmonia divina. Todos os segredos da mecânica, da química, da eletricidade são utilizados: nascem patas, asas, antenas, chifres, tenazes, bicos, presas, ferrões; a arte sutil dos venenos, da fosforescência, do hipnotismo, das ondas elétricas; o psiquismo retifica no olho as imagens visíveis; a arte dos sentidos desenvolve-os cada vez mais finos e complexos, sempre de atalaia; não há descoberta humana que antes não tenha sido encontrada e utilizada pela natureza.” - UBALDI, Pietro – A Grande Síntese – Instituto Pietro Ubaldi.