Astrônomos têm encontrado alguns planetas que parecem ter água e temperatura superficial ideal para abrigar formas de vida, como é o caso dos mundos que orbitam as estrelas GJ 357 e os planetas da estrela Teegarden. Acontece que podem existir muito mais planetas parecidos com a Terra por aí, e aqui mesmo na nossa galáxia. Pesquisadores da Penn State University usaram dados do telescópio Kepler, da NASA, para estimar o número de planetas semelhantes à Terra na Via Láctea e a conclusão é que há um monte deles.
Publicado esta semana no The Astronomical Journal, o estudo sugere que há um planeta quente e aquoso orbitando uma em cada quatro estrelas semelhantes ao Sol. Isso significa que pode haver até 10 bilhões de mundos semelhantes à Terra em nossa galáxia. Se você estiver se perguntando o que significa "semelhante à Terra", a equipe definiu que se trata de um planeta que tem de três quartos a um e meio o tamanho da Terra, e quando ele orbita sua estrela a cada 237 a 500 dias.
Essa é uma informação muito animadora para a busca por vida alienígena, já que espera-se encontrá-la em lugares com temperatura semelhante à nossa e água em forma líquida. Também é uma descoberta importante porque ajuda os astrônomos a saberem onde procurar, o que poupará tempo e recursos. "Receberemos muito mais retorno do investimento se soubermos quando e onde procurar", disse Eric Ford, professor de astrofísica e co-autor do novo estudo.
“O Kepler descobriu planetas com uma ampla variedade de tamanhos, composições e órbitas”, disse Ford. “Entretanto, simplesmente contar exoplanetas de um determinado tamanho orbital ou distância é enganoso, já que é muito mais difícil encontrar pequenos planetas longe de suas estrelas do que encontrar grandes planetas perto de suas estrelas”.
Para estimar quantos planetas o Kepler poderia ter perdido, os pesquisadores simularam em computador hipotéticos universos de estrelas e planetas, baseados em uma combinação do catálogo de Kepler, além do catélogo da pesquisa das estrelas de nossa galáxia da nave Gaia, da Agência Espacial Européia.
A simulação deu aos cientistas uma noção de quantos exoplanetas em cada universo hipotético o Kepler teria detectado e quais tipos. Eles puderam então comparar esses dados com o que o telescópio Kepler real detectou em nosso universo, e assim estimar a quantidade de planetas do tamanho da Terra orbitam nas zonas habitáveis de suas estrelas.
“Ao comparar os resultados com os planetas catalogados pelo Kepler, caracterizamos a taxa de planetas por estrela e a forma com que isso depende do tamanho do planeta e da distância orbital”, disse Danley Hsu, um estudante de pós-graduação da Penn State e co-autor do trabalho. “Nossa nova abordagem permitiu que a equipe levasse em conta vários efeitos que não foram incluídos em estudos anteriores”.
O próximo passo na busca por vida alienígena é estudar planetas potencialmente habitáveis. "Os cientistas estão particularmente interessados em procurar biomarcadores - moléculas indicativas de vida - nas atmosferas dos planetas aproximadamente do tamanho da Terra", disse Ford
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