Astrobiologia e Espiritismo

PLURALIDADE DOS MUNDOS – A recente descoberta de Exoplanetas.

Pluralidade dos mundos um dos princípios da Doutrina Espírita.

A Doutrina Espírita nos ensina que há uma imensa quantidade de mundos no Universo e que Deus os criou com a finalidade de abrigar vida. Afirmam os espíritos que os planetas são, foram ou serão habitados; afinal, o Criador, com a infinita sabedoria de que é dotado, nada faz de inútil. A alma evolui, toma diversos corpos, ao longo de muitas reencarnações, na Terra e em vários outros planetas. Esses estágios reencarnatórios lhe facultam alcançar estados sempre mais altos, mais avançados, mais puros e mais felizes. É assim que o espírito emerge lentamente da materialidade, por meio de esforços persistentes, vence a influência do instinto, conquista pouco a pouco o saber, a virtude, a beleza e a Perfeição. Alguns desses mundos são mais primitivos do que a Terra, outros possuem evolução equivalente à do nosso mundo e outros são mais avançados moral e intelectualmente do que nossa casa planetária.

Tal idéia é encontrada na História.

A pluralidade dos mundos é um dos princípios da Doutrina Espírita. A exemplo do que ocorreu com os demais princípios do Espiritismo, a pluralidade dos mundos foi ensinada por filósofos, profetas e enviados de Deus que viveram em todos os tempos e em diversos lugares, instruindo os homens sobre as leis naturais.

Jesus, o mais sábio e puro dos emissários do Criador, já ensinava que a vida não se limita à Terra. O mestre de Nazaré dizia que há muitas moradas na casa do Pai, ou seja, no Infinito existem outras humanidades, residentes em outros planetas.

Giordano Bruno, filósofo italiano que viveu entre 1548 e 1600, defendia a idéia de que o Universo seria infinito, povoado por muitos sistemas solares com planetas que abrigam vida inteligente. Há quem afirme que Bruno recebeu esses conceitos da doutrina Hermética dos egípcios. Por defender idéias assim tão avançadas, em uma época de ignorância e intolerância, foi condenado pela Inquisição à fogueira.

Camille Flammarion e Allan Kardec.

Flammarion foi um dos mais notáveis astrônomos do Séc XIX, diretor do observatório de Juvisy na França, divulgador da Astronomia para o grande público, escreveu vários livros em linguagem acessível aos não especialistas. Amigo de Allan Kardec, escreveu também sobre o Espiritismo. Muitos dos seus trabalhos foram publicados pela Federação Espírita Brasileira. Flammarion defendia o conceito da presença de seres inteligentes em outros mundos; inclusive em mundos que, segundo ele, havia fora do Sistema Solar.

As recentes descobertas da ciência – os exoplanetas.

Antes de 1990, ninguém podia afirmar com base em observações astronômicas diretas que existiam planetas fora do nosso sistema solar. Estima-se a existência de cem bilhões de estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea; mas planetas mais distantes do que Plutão orbitando uma ou outra destas cem bilhões de estrelas, era apenas suposição.

Observavam-se variações regulares no movimento das estrelas. Essas variações deveriam ser explicadas pela presença de corpos não observados com significativa massa, orbitando em torno da estrela.

Em 1992 um radiotelescópio de Arecibo, Porto Rico identificou orbitando o pulsar(estrela de nêutrons resultante de colapsos estelares chamados supernovas) PSR 1257, dois planetas com massas aproximadamente quatro vezes maiores que a da Terra. Os exoplanetas (planetas que pertencem a outros sistemas solares) observados localizam-se a meros (!) 978 anos-luz , na constelação de Virgem (um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano – é uma imensa distância pois, se houvesse um objeto que se deslocasse à velocidade da luz, este objeto completaria sete voltas e meia na Terra em apenas um segundo!).

Já foi constatada a existência de mais de trezentos exoplanetas na Via Láctea. Até agora, entretanto, nenhum deles possui características semelhantes às da Terra, que possam nos levar a pensar que abriguem vida. Tanto em tamanho como em proximidade de sua estrela-mãe, os exoplanetas devem ser mundos inóspitos. Aliás, a maioria deles é conhecida como “Júpiteres quentes”, grandes corpos gasosos em órbitas próximas de suas respectivas estrelas.

Projetos de investigação em curso

Organizações espaciais já lançaram ou estão planejando lançar satélites equipados com telescópios para identificar planetas semelhantes à Terra. Desde 2007, um satélite europeu denominado Carot – Convection Rotation and Planetary Transits, projeto que tem a participação do Brasil, vem procurando exoplanetas. O telescópio Hubble fotografou um planeta com três massas de Júpiter orbitando a estrela Fomalhaut na constelação de Peixe Austral a 25 anos-luz da Terra.

No dia 06 de março corrente, a NASA lançou a bordo do foguete Delta 2, o telescópio espacial Kepler, dotado de equipamentos de observação poderosíssimos. O Kepler tem por missão vasculhar cem mil estrelas na Via-Láctea ao longo de três anos e meio, em busca de imagens e dados de exoplanetas.

Estas pesquisas procuram identificar em outras esferas, inclusive em satélites de outros planetas, a existência de elementos essenciais ao desenvolvimento da vida. Segundo o biólogo e bioquímico russo Alexander Oparin, os elementos essenciais à vida, qual a que conhecemos, são: água líquida, metano, amônia e hidrogênio. Há indícios de existência de metano em Marte, em Júpiter e numa lua de Saturno chamada Titan. Pode-se observar a existência de água em Marte e na lua de Saturno chamada Encélado.

As pesquisas atuais procuram mundos fora do nosso sistema solar com temperatura e gravidade semelhantes às da Terra e a presença de substâncias essenciais ao surgimento da vida.

Vamos acompanhar.