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domingo, 21 de março de 2010

METODOLOGIA DA PESQUISA ESPÍRITA-I

Há quem diga que mediunidade, Espiritismo e reencarnação são crendices populares. Eis aí um equívoco de fácil retificação.

Allan Kardec definiu o Espíritismo como “uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” – “O que é o Espiritismo?” - Preâmbulo - publicado pela Federação Espírita Brasileira.
A pesquisa das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo material envolvem a investigação de fenômenos provocados por inteligências dotadas de vontade e de liberdade. As sessões experimentais do Espiritismo diferem das experiências da Química, da Física, da Biologia, por terem, essas últimas, como objeto a matéria e a energia que podem ser submetidas a experiências muito mais facilmente controláveis. O Espiritismo estuda agentes dotados de inteligência, de vontade e de liberdade.

Acredita-se comumente que o conceito de "ciência" deve restringir-se ao conhecimento resultante de experiências que, repetidas sempre sob as mesmas condições, produzirão os mesmos efeitos.

Nas sessões espíritas somos defrontados com o imprevisível. O fenômeno espírítico não se submete aos mesmos controles aplicáveis às experiências de outras disciplinas.

O eminente parapsicólogo brasileiro, Hernani Guimarães Andrade, relaciona alguns fatores que “torna problemática a verificação da realidade dos sucessos da área da paranormalidade”, na página 18 do seu livro “Parapsicologia Experimental”, publicado pela Editora Pensamento. Esses fatores também são observáveis na experimentação espírita.
Eis alguns dos referidos fatores:
a) Raridade e fugacidade da ocorrência observável:
b) Dificuldade de repetir-se à vontade o fato:
c) O caráter de inesperado e imprevisível, o qual dificulta e complica o preparo do registro:
d) O aspecto inteligente e intencional de tais fenômenos, que muitas vezes burla o controle e a vigilância do observador:

Se o fenômeno aí está e não se submete ao rígido padrão de experimentação científica vigente, é porque tais padrões devem aperfeiçoar-se para abarcar os novos estudos, sem obviamente perderem o rigor da comprovação que a Ciência exige.
Allan Kardec, contornou magistralmente a dificuldade, observando que os fenômenos eram provocados por inteligências, uma vez que têm um caráter inteligente; foi possível, como ainda é, travar diálogos com os provocadores de tais ocorrências. As inteligências atuantes, diziam-se espíritos de seres humanos que habitaram a terra, forneciam informações que, em muitos casos se podiam comprovar, sem que os participantes das sessões tivessem conhecimento prévio daquelas informações.

Os espíritos combinam suas energias com as energias de pessoas especialmente dotadas, chamadas médiuns para provocarem os fenômenos aqui tratados.
Existe uma grande variedade de fenômenos mediúnicos. Conforme as características de cada médium, pode-se obter desde escrita mediúnica até materialização de espíritos.

Allan Kardec realizou extensos estudos sobre escrita mediúnica, também chamada psicografia, assim a dificuldade de registro, neste caso foi facilmente superada.

Relativamente as teorias, Kardec comparou as explicações emanadas próprios espíritos comunicantes com outras, levantadas por teóricos da época, e selecionou a mais racional, a que explicava melhor o conjunto dos fenômenos, ou seja a teoria emanada do próprio fenômeno (dos espíritos).
Repetiu inúmeras vezes as observações, colheu relatos originados de diversas partes do mundo e pode convalidar suas conclusões.

Após a publicação dos trabalhos de Allan Kardec, muitos outros pesquisadores aportaram suas contribuições ao desenvolvimento do Espiritismo.
Por exemplo, o competente filósofo italiano Ernesto Bozzano levou a cabo várias experiências e ao lado de muitas outras colhidas em variadas fontes, sempre confiáveis, publicou obras de inestimável valor sobre o tema.
Trabalhos semelhantes foram levados a efeito por Charles Richet, Gabriel Dellane, Gustave Geley, Alfred Russel Wallace, William Crookes, César Lombroso, Camille Flammarion, Arthur Conan Doyle, etc. Os mencionados investigadores, para quem ainda não sabe, são respeitados no campo da ciência e da literatura.

Mais recentemente, foram realizados estudos em pacientes clinicamente mortos, que demonstram as teorias do Espiritismo, pela doutora Elizabeth Kubler Ross, dos Estados Unidos.

O que podemos observar em termos de experiências, estudos e explicações apresentadas por grande número de pesquisadores é que o Espiritismo vem recebendo a chancela de destacadas personalidades do mundo científico.

Diante de tudo isso, afirmamos que o Espiritismo é uma Ciência que nos demonstrou a sobrevivência do espírito humano para além da morte e que a visão que nos fornece é derivada de fatos e não apenas de suposições ou crendices populares.