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quinta-feira, 25 de março de 2010

Resumo e definição de Espiritismo

Uma boa pergunta que se pode fazer é: o que é o Espiritismo?
Não é difícil responder em duas páginas de papel A4. Corro o risco, entretanto, de ser incompleto.
Espiritismo é uma doutrina ao mesmo tempo filosófica e religiosa. É também uma ciência.
Parecem, à primeira vista, inconciliáveis as afirmações da ciência e da religião.
Mas, podemos afirmar, sem titubear, que o Espiritismo resolveu plenamente os conflitos entre a fé e a ciência.
Um possível resumo desta doutrina poderia ser:
1) Deus – é a inteligência suprema causa primária de todas as coisas. O Universo existe, logo tem uma causa. A inteligência com que foi concebido o Universo revela um autor inteligente. O acaso não poderia engendrar uma obra inteligente, um mecanismo harmônico.
a. Deus é único, onipotente, onisciente, soberanamente bom e justo, imutável, eterno, sem começo, sem fim.
b. Não é Deus de nenhuma religião. Existe porque o Universo existe. Não tem forma, está acima de tudo e seus atributos são infinitos.
c. Não é "o" infinito, está acima do infinito.
d. À medida que progredimos compreendemos melhor Deus.
2) Alma imortal – os seres humanos são dotados de uma alma que pré-existe e sobrevive à morte corporal. Essa alma é a sede da inteligência, dos sentimentos, das virtudes e dos vícios do homem. A alma é um foco de luz. Para nós não tem forma.
3) Perispírito – pode-se dizer que é o corpo do espírito, é o envoltório do espírito, constituído por um material cuja natureza está entre a da alma e a do corpo. Esse material, que Allan Kardec diz que é quintessenciado tem como princípio a energia primordial que formou tudo o que existe. Os corpos materiais e a energia são formados por essa energia primordial, que é conhecida no Espiritismo como fluido cósmico universal (fluido é uma forma de linguagem usada pelos físicos do século XIX para designar os fluidos propriamente ditos – líquidos, gases,etc e também a energia).Por meio do perispírito, o espírito, ou alma que é a mesma coisa, atua sobre o próprio corpo, quando encarnada (quando o ser humano está vivo) e, em combinação com as energias vitais dos médiuns, provoca os fenômenos mediúnicos (geralmente quando desencarnada).
4) Comunicabilidade dos Espíritos – Os espíritos, enquanto estão animando os seres humanos atuam sobre o corpo por meio do perispírito. Ao desencarnarem (quando os seres humanos morrem,) eles não perdem a capacidade de atuar sobre a matéria e, em conseqüência, de comunicar-se com os vivos. A única observação a ser feita, neste caso, é que eles combinam as energias espirituais de que são dotados, com as energias vitais dos médiuns para provocarem os fenômenos mediúnicos.
5) Existência de um mundo espiritual – quando os seres humanos morrem, suas almas vão para o espaço e formam coletividades. Eles reúnem energias e constroem moradias, escolas, hospitais, cidades, enfim.
6) Reencarnação – O espírito, após deixar seu corpo de carne, passa algum tempo no mundo espiritual estudando, aprendendo, trabalhando e planejando uma nova experiência no mundo físico. Quando entende que deve retornar à vida física por meio da encarnação em um corpo que se forma no ventre de sua futura mãe, e Deus permite, inicia o processo da reencarnação. Inicialmente o espírito une-se ao corpo em formação por meio de seu perispírito que assume o comando das funções vitais, da formação e desenvolvimento do embrião, do feto e do ser humano no meio terrestre. A encarnação é uma etapa de evolução. A evolução é a escada que conduz à perfeição, à virtude plena e ao pleno saber. Para atingir essa perfeição o espírito necessita de várias reencarnações. Por meio da reencarnação cumpre-se a justiça e a misericórdia de Deus.
7) Pluralidade dos mundos – quando o espírito atingiu a evolução que um mundo comporta, passa a reencarnar em mundos mais avançados moral e cientificamente. O Universo é cheio de vida – há humanidades espalhadas pelo cosmo. Algumas mais atrasadas do que nós; outras mais perfeitas. É assim que de vida em vida de mundo em mundo o espírito atinge a pureza, a sabedoria e a ciência universais, até não necessite mais habitar mundos materiais. Passa a ser servo direto de Deus. Recebe as ordens do Criador e executa-as no Universo inteiro.

A religião espírita é baseada nos ensinos de Jesus, com destaque para o Sermão da Montanha. A moral cristã – humildade, bondade, caridade, paciência, perdão, desprendimento dos bens terrestres, etc. Não há cerimônias, rituais, sacerdotes...
Pode-se dizer que é uma religião filosófica. É o culto do coração e do pensamento.

As afirmações filosóficas do Espiritismo, que dizem respeito à alma podem ser comprovadas experimentalmente, por intermédio da observação dos fenômemos psíquicos, parapsíquicos e mediúnicos.

Para fins da Astrobiologia, o Espiritismo, dentre outras contribuições, nos ensina que o surgimento, funcionamento, reprodução, destruição e evolução da vida, são fatos de que o espírito participa ativamente, com seu perispírito. No perispírito estão sediadas as leis fisiológicas, a memória e também as conquistas evolutivas de todos os indivíduos viventes.
Na verdade o mundo espiritual e o material interpenetram-se, agem um sobre o outro.
Assim, Deus, que é único, que criou os dois mundos, os fez de modo harmônico, com um objetivo final, com a mesma lógica, por isso, a ciência que estuda o mundo material não deve estar em contradição com a religião e vice-versa. Cada uma que faça seus estudos, independentemente, mas a boa lógica diz que as conclusões devem ser consentâneas, lógicas de acordo com a inteligência, a bondade e a sabedoria divinas.

Por isso nos ensina Allan Kardec em “A gênese”, 46ª edição FEB, Cap I, item 55 ou "Genesis" published by Spiritist Alliance for Books.

“Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.

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