Ernesto
Bozzano, em seu livro A Alma dos animais e Gabriel Delanne no seu
trabalho “A reencarnação” dão conta que houve uma série de
experiências esclarecedores sobre muitos aspectos e sugestivas da
persistência das matrizes biológicas do homem primitivo.
Eis
o relato de Bozzano:
Cito, por último, alguns trechos de relatórios das sessões com o médium polonês Franck Kluski, que saíram na Revue Métapsychique, onde constatamos que estamos realmente diante de uma primeira contribuição experimental séria a favor da s materializações animais. Já no fascículo de julho-agosto de 1921 (pág. 301), da revista em questão, o doutor Gustave Geley, que tinha assistido às sessões, anunciava a publicação para breve dos relatórios sobre o fenômeno extraordinário das materializações de animais nos termos seguintes:
“As
materializações de entidades animais não são raras com Frank
Kluski. Nos relatórios das sessões da Sociedade de Estudos
Psíquicos de Varsóvia, Polônia, que publicaremos oportunamente,
veremos assinalados, em especial, uma grande ave de rapina que
apareceu em várias sessões nas quais foi fotografada, e também um
ser estranho, espécie intermediária entre o macaco e o homem. Ele é
descrito como se tivesse o tamanho de um homem, um rosto simiesco,
mas com uma testa desenvolvida e normal, de rosto e corpo cobertos de
pelo, com braços bastantes longos, mãos fortes e compridas, etc.
Ele parece sempre comovido, pega nas mãos dos assistentes e as lambe
como se fosse um cão. Ora, esse espécime, que nomeamos “O
Pitecantropo”, manifestou-se várias vezes durante nossas sessões.
Um de nós, na sessão de 20 de novembro de 1921, sentiu sua grande
cabeça aveludada se apoiar fortemente sobre seu ombro direito,
contra suas bochechas. Aquela cabeça estava coberta de cabelos duros
e rudes. Um odor de fauna, de cão molhado, desprendia-se dele. Um
dos assistentes, ao levantar sua mão, foi pego pelo “Pitecantropo”,
que, em seguida, lambeu-a três vezes seguidas. Sua língua era larga
e macia. Outras vezes sentimos, sob nossas pernas, contatos que
lembravam o toque dos cães.”
O
registro das sessões às quais ele faz alusão no parágrafo
precedente foi publicado no número de janeiro-fevereiro de
1923 (págs. 27-39) da Revue Métapsychique. Recolho do relatório da
sessão de 10 de agosto de 1919 o trecho abaixo: “... Notamos
simultaneamente várias aparições. A primeira que se deixou ver foi
uma aparição que já era conhecida pelos assistentes durante as
sessões anteriores. Era um ser do tamanho de um homem adulto,
bastante peludo, com um a crina enorme e uma barba embaraçada. Ele
era revestido com uma pele quebradiça; sua aparência era a de um
ser que lembrava um animal ou um homem bastante primitivo. Ele não
falava, mas lançava sons roucos com seus lábios, estalava a língua
e rangia os dentes, procurando em vão ser compreendido. Quando o
chamávamos, ele se aproximava; ele nos deixava acariciar sua pele
aveludada, tocava com as mãos os assistentes e esfregava a mão bem
devagar com as garras. Ele obedecia à voz do médium e não
machucava os assistentes, tocando neles levemente. Era um progresso,
pois nas sessões anteriores este ser manifestava muita violência e
brutalidade. Ele tinha a tendência visível e uma vontade
incontrolável de lamber as mãos e o rosto dos assistentes, os
quais, por sua vez, se defendiam de suas carícias indelicadas. Ele
obedecia a cada ordem dada pelo médium, não somente quando esta
ordem era expressa por palavras, mas também quando era expressa pelo
pensamento.” Escolho esta outra passagem do relatório da sessão
de 3 de setembro de 1919. O relator escreve: “Simultaneamente, o
médium e as pessoas sentadas ao redor dele sentiram a presença do
animal-homem primitivo, assim como nas sessões anteriores. Essa
materialização passou pelos assistentes lambendo suas mãos e seus
rostos, sobre as quais ele colocava sua mão ou sua pata aveludada,
ou apoiava sua cabeça eriçada. Todos esses gestos foram lentos e
não bruscos. Essa entidade mostrava somente uma certa animosidade
contra a cadelinha da senhora Kluska (Frusia), que estava nos joelhos
da senhora Grzelak. O ser materializado puxou os pelos e as orelhas
da cadelinha, que começou a se aborrecer e a latir. Finalmente,
bastante assustada, Frusia pulou dos joelhos de Grzelak e foi se
refugiar no sofá, entre as pessoas que estavam sentadas, não se
movendo mais.” O trabalho foi suspenso durante algum tempo; quando
a sessão foi retomada, o “homem primitivo” se materializou de
novo. O relatório continua assim: “Desde o início, vimos várias
aparições, inclusive a do “homem primitivo”. Este último ficou
o tempo todo senta dono tapete, entre os assistentes; ele se
comportava relativamente com tranquilidade, mas não permitia acender
a tela luminescente e, inclusive, rasgou com grunhidos a tela que a
senhora Kluska segurava.” Os relatórios em questão contêm três
outros episódios de materialização do mesmo fantasma do “homem
primitivo” ; não os reproduzo aqui porque estes são semelhantes
aos precedentes.